10 de mar. de 2015

Por quê mentimos?

Uma análise superficialmente profunda sobre a mentira...




Hoje me deparei com essa montagem do “Pequeno Príncipe” no Facebook, um trecho bem significativo do filme, que é baseado na obra de Antoine de Saint-Exupéry sobre o garoto que veio do Planeta B-612. Adoro esse livro! Acontece que esse diálogo e a lógica da raposa me fizeram vir à tona algo que eu pouco pensava: Por que afinal, mentimos?

Gostaria de poder responder, mas isso é fácil e difícil ao mesmo tempo. Mentimos para causar boa impressão, esconder segredos, conseguir um emprego, conquistar alguém, encobrir um amigo, causar danos ou amenizá-los, nos satisfazer... Ou seja, as respostas são inúmeras. Mas, a reflexão pode ir muito além disso. Qual a razão da mentira em si? Qual sua essência? Por isso resolvi buscar não exatamente as respostas, mas as conseqüências que isso traz e ainda, tentar tirar algum proveito deste “mau comportamento”.


Traçar um perfil da personalidade humana mitomaníaca como um todo acredito ser tarefa quase impossível, e seguir qualquer teoria sob ponto de vista de qualquer filósofo ou psicólogo levaria anos de estudo. Portando preciso de hipóteses pessoais, pois é o mínimo que posso ter. O que eu mesma, como pessoa, imagino ser essa essência que torna o ser humano inerentemente capaz de mentir.


Além de algumas pesquisas técnicas aqui e ali...


Bem, parto do princípio que dizer somente a verdade é tão ofensivo quanto escondê-la. Imaginem só se fossemos verdadeiros o tempo todo? As relações seriam desastrosas, portanto, partindo dessa premissa, concluímos que a mentira faz parte de uma relação saudável, claro, se usada com moderação. Verdades e mentiras na medida certa fazem parte da boa convivência humana. Mas afinal, qual é a medida certa? Difícil saber. Mas há de se analisar que ela, a mentira, nem sempre é tão mentirosa quanto parece. Se não sabemos exatamente o que é a verdade do mundo, que dirá o que não é!


A mentira tem razões que a verdade desconhece e muitas vezes ela diz mais a respeito de quem somos do que podemos enxergar. Essas inverdades que contamos, são capazes de revelar medos e inseguranças, dados e características de nós mesmo que desconhecemos.


Além do mais, mentimos muito mais para nós mesmos do que aos outros. Segundo estudos de universidades americanas, nossa mente está criando dissonâncias cognitivas entre nossos pensamentos contraditórios o tempo todo, ou seja, a cada instante acontece um “bug” em nosso cérebro.


Vou explicar com um exemplo: Quando somos obrigados a executar tarefas das quais não gostamos nosso cérebro começa a buscar razões interessantes pela qual estamos praticando aquilo e o trabalho começa a ficar realmente mais interessante. Qual é o problema disso? Afinal, se o cérebro transforma tarefas monótonas em coisas bacanas como se fosse mágica, qual é a desvantagem? Nenhuma, a não ser o fato de que ele faz isso, na maioria das vezes, sem o nosso conhecimento. E, quando você pensa sobre o assunto, a lista de situações em que esse “bug” do cérebro pode estar nos controlando só vai ficando maior.


Não consigo chegar à conclusão empírica nenhuma quanto a razão da pratica em si. De qualquer forma, penso que da mentira não há escapatória, quanto muito, podemos tirar proveito dela em nós e prestar mais atenção nos conflitos internos. Talvez isso nos aponte alertas pessoais, pedidos de mudança vindos de nossas mais profundas necessidades. Nada como o autoconhecimento!


Enfim, não adianta mentir pra você nem pra mim, você está mentindo o tempo todo, e nem sempre se dá conta. Entretanto, esse fato apenas significa que somos, nada mais, nada menos, que seres humanos. 

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